Primeiro baile funk em favela pacificada promete fazer história

26/08/2010 comentários
Quem passar desavisado pela Ladeira dos Tabajaras, no próximo sábado, pode achar que o “bagulho tá muito doido”. Mas, se depender da Polícia Militar, no primeiro baile funk de uma favela pacificada só vai ter papo reto. Do lado de fora, 40 policiais vão fazer a segurança. Lá dentro, DJs, MCs e “preparadas” prometem fazer não só o baile quicar, mas também o preconceito contra o funk.

DJ Risada


Principal DJ do Tabajaras, Risada já está afinando seus pancadões, na quadra da escola de samba da comunidade, onde vai ser o baile. Aos 27 anos, ele nasceu na favela e há 12 só toca funk. No sábado, promete repetir o sucesso dos tempos de glória do Tabajaras, mas sem as músicas com referência ao tráfico ou violência em geral. Os chamados “proibidões” estão, literalmente, proibidos.

Só vai ter “permitidão” — brincou o comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), capitão Renato Senna.

Tradição de funk

No passado, dois bailes dividiam a preferência dos moradores do Tabajaras. Um, organizado pelos traficantes, em que as músicas predominantes eram os proibidões. Outro, produzido pela empresa Dudas, a mesma que está tocando o baile do próximo sábado. Risada conta que esse último, pouco frequentado pelos bandidos, era o preferido também dos outros moradores de Copacabana.

A playboyzada vinha. Era muito bom. Mas, nesse, a gente também tinha que tocar proibidão, para agradar ao tráfico.

Mas no bairro existiam bailes concorrentes. O do Cantagalo e o do Chapéu Mangueira também fizeram fama, ao longo dos anos 1990. O empresário Eduardo Marques, dono da produtora Dudas, diz que o baile do próximo sábado vai tentar resgatar essa tradição. A diferença, ele acredita, serão os PMs:

Os bandidos ficaram muito abusados. Não dava mais para autorizar daquele jeito. Sou contra apologia ao tráfico e palavrão, mas também não dá para não deixar ter o baile — explicou, lembrando que, fora os policiais, haverá seis seguranças da produtora dentro da quadra.

Toda a documentação exigida por um evento público foram providenciadas — autorizações da delegacia da área, do batalhão e do quartel dos Bombeiros. A Guarda Municipal deve organizar um esquema especial para o trânsito da estreita Ladeira dos Tabajaras não se tornar caótico.

De resto, até sábado, o lance é preparar a sainha e os cordões “de ouro”. O morro está dominado, mas vai ter cerveja, vinho e energético. Cavaleiros pagam R$ 8. Damas, grátis até a meia-noite. Mas é bom chegar cedo. O pancadão do Tabajaras promete entrar para a história.

Créditos: Guilherme Amado - Jornal Extra

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