Justiça revoga prisões de MCs

O ministro Ari Pargendler, presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), revogou, por força de liminar, as prisões dos MCs presos na última semana.

Os funkeiros beneficiados pela decisão foram: Frank Ramos (MC Frank), Max Muller (MC Max), Wallace Mota (MC Smith), Anderson Paulino (MC Didô) e Fabiano Batista (MC Tikão).

Acusados de ajudar criminosos por conta do teor de suas músicas, os MCs foram indiciados por incitação e apologia ao crime, associação para o tráfico e formação de quadrilha.

Para o advogado que defendeu os músicos, Fernando Fernandes, a prisão foi "absurdamente arbitrária". Ainda de acordo com a defesa, nenhuma das acusações feitas poderiam gerar a prisão temporária.

- É preciso separar o que é o combate ao tráfico de drogas, a querer criminalizar a pobreza. Essas prisões foram covardes e o STJ entendeu isso.

As prisões foram efetuadas pela delegada Helen Sardenberg, da DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática). Ela disse que os próprios MCs admitiram que a divulgação dos funks foi uma estratégia do tráfico.

- Eles faziam uma espécie de marketing do tráfico, exaltando seus líderes e passando para os jovens as mensagens dos traficantes, além de ridicularizar o trabalho da polícia. Tivemos dificuldades para juntar provas porque eles proibiam que os bailes fossem filmados.

Já para o presidente da Apafunk (Associação de Profissionais e Amigos do Funk), MC Leonardo, os funkeiros cantam apenas o dia a dia das comunidades cariocas.

- Eles têm os olhos da favela, eles são as favelas. Escritor, diretor de cinema e jornalistas escrevem o que querem das comunidades, por que os funkeiros, moradores não podem escrever? Constituição também serve para o favelado.

Everaldo de Almeida da Silva, o MC Galo responde outro processo e continua preso.

Créditos: Renata Stuart do Portal R7